quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Encontro de parte da nossa turma da Praça da Faculdade de Medicina na minha casa. Eita farra boa!

Era uma tranquila manhã de sábado, o dia já dava sinais de que seria de sol e isso era muito bom! Eu acordei cedo e ansioso, pois dias antes, tínhamos combinado um encontro com alguns amigos de infância em algum lugar que, sinceramente não me recordo o local. Só sabia, no entanto, que era para tomarmos uma geladinha, comer aquele tira-gosto e colocar o papo em dia. E claro! Curtir uma boa música, que era sempre de lei. Daquelas cavernosas, que curtíamos na nossa época de juventude. Beatles e outras... Pra mim estava tudo certo! A minha cota: cerveja e o tira-gosto já estavam comprados e prontos para serem preparados e consumidos.
Na realidade, iriamos fazer um churrasco na casa de alguém da turma. Tínhamos combinado uma hora para nos encontrarmos, e eu doido para chegar ao local no horário previsto e participar da farra, liguei para alguém e perguntei se estava tudo certo e se já poderia partir. Foi quando ouvi desse amigo, que, por algum problema que tinha ocorrido no local ou na casa ou com esse nosso amigo, onde estava programado o encontro, tudo levava a crer, que o nosso churrasco, não mais iria acontecer. Eu, que já estava pronto, fiquei foi puto da vida, mas tinha que aguardar o que iria acontecer e o que iriam decidir. Depois de um determinado tempo, liguei mais uma vez, para esse nosso amigo, e a resposta que escutei dele, me deixou ainda mais puto da vida! Não haveria mais a tão esperada reunião! Nada de grave havia acontecido e tudo estava bem. Só não ia ter o nosso encontro. Então o que fazer para contornar esse péssimo imprevisto? Ficaram de decidir e avisar à todos. Passados alguns minutos, alguém ligou para mim procurando saber se a farra poderia ser, então, na minha casa. Eu prontamente respondi que sim! Bagaceira só presta grande! Não tinha como negar! Não estava preparado, mas resolveria 
tudo para que o nosso encontro ocorresse numa boa.

Foto 01
Na foto 01, a farra já estava rolando. Da esquerda para direita vemos: o Missinho, o Gaguinho em pé, o Equinho, o Abelardo, Eu em pé, o Paulinho Buçu(em memória), o Jarbas(em memória) sentado no colo do Buçu(que perigo, meus amigos! O Paulinho Buçu tinha uma lapa de chibata da porra e era conhecido e querido por todas as raparigas do baixo meretrício em Jaraguá), o Paulo Bandeira(em memória) e no cantinho da foto o Diogo filho do Jarbas.
Corri para deixar tudo pronto para quando a turma chegasse encontrasse tudo certinho. Enfim! A churrasqueira montada, o som ligado na área, mesas e cadeiras arrumadas e o principal: o isopor cheio de cerveja geladíssima(a minha cota, é lógico), pronta da o consumo. 
Sentei na área e fiquei esperando a turma do barulho chegar. Abri uma latinha, liguei o som e iniciei os trabalhos. Logo começou a chegar um por um e de repente parte da nossa turma estava reunida. Que maravilha! Eu sonhava com esses encontros! A bagunça começou em ritmo tranquilo. Alguns ainda se ambientando, outros já em ritmo mais acelerado e muito bem a vontade, já começaram a perturbar. No bom sentido, é lógico!
Na foto 02, da esquerda para a direita: Eu, Missinho, Equinho, Francisquinho(em memória) e o Paulo Bandeira(em memória). Que foto maravilhosa! São raros os momentos em que um grupo maior da turma se reúne.

Foto 02
Promovemos um encontro todo final de ano, onde conseguimos juntar boa parte da turma, para uma confraternização. O Missinho e o Equinho organizam até hoje, esse encontro. Fora isso, até hoje, é difícil a gente se reunir. Mas, quando acontece, é com certeza, uma verdadeira festa de arromba! Fofocas, encarnação com alguém, seja pelo apelido, seja por algum fato que aconteceu no passado. Enfim! Se fala e se zona de tudo! A nossa turma tem muitas histórias para contar. Elas afloram de repente e cada um quer contar a sua. Eu sempre fui o mais quieto da turma. Morava só com minhas irmãs e sempre me contive.
De repente estavam lá em casa: O Jarbas(formiga de açúcar) com seu filho Diogo(na época era uma criança), o Paulinho Buçu, o Abelardo e o Gaguinho seu vizinho e nosso amigo, o Equinho(Pavão), o Missinho com a sua esposa Isa, o Francisquinho, Eu(falam do meu nariz, mas...) e a minha esposa Fatima. Durante a brincadeira, ligamos para vários outros amigos, para que viessem participar, mas, por algum motivo, não aparaceram. No final da farra, apareceu o motorista de táxi amigo do Paulinho, que andava com ele pra cima e pra baixo e molhou o bico enquanto esperava o Paulinho decidir ir embora. Coitado do seu amigo motorista! Gente muito boa! Esperar que saísse a saideira que eram várias, a ideira outras tantas, a última... e assim ia até o fim... Haja paciência!
Na foto 03, o Paulo Bandeira(em memória), a Isa, esposa do Missinho e a minha querida esposa Fatima. Já era noite, mas a farra continuava a todo vapor.

Foto 03
Turma reunida, Cerveja gelada, som na caixa, carne de pescoço na churrasqueira, aviso passado para cada um se virar, coisa que nem precisava, aí a bagaceira começou! Na época, um dos meus vizinhos era o Paulo Bandeira, criatura maravilhosa! Tanto ele como a sua esposa Silene e seus filhos. Lamentavelmente, algum tempo depois, ele foi covardemente e brutalmente assassinado! Eu não sabia que eles eram amigos do Jarbas e do Equinho. Por coincidência, se encontraram quando da chegada do Jarbas em minha casa e também participaram da brincadeira. Casal fora de série! Muito alegre e bom de farra.
Olha meus amigos! Pense numa farra tranquila e maravilhosa! Relembramos muitas histórias, cantamos, curtimos muitas músicas, bebemos muito, sacaneamos muito, mas nada de abusar da boa vontade de ninguém. Se abusasse! tava abusado! O Equinho e o Missinho, como sempre, comandaram a farra.
Na foto 04, o Jarbas(em memória), a Silene e seu esposo Paulo Bandeira(em memória). Pense num casal maravilhoso! Apesar de morarmos vizinhos, nunca tive a felicidade de tomar uma com eles. Valeu muito a pena!

Foto 04
Teve cerveja, uísque, Cachaça azuladinha que na época se bebia muito, etc... etc... O nosso amigo Paulinho Buçu, como sempre, tomou e misturou tudo o que tinha direito e saiu tungado! Bebo lavado! Sobrou como sempre para o seu amigo motorista que estava justamente ali para reboca-lo. Aliás! Acredito que todos, devido a euforia do momento, fizemos o mesmo: bebemos e misturamos tudo o que tinha pra se beber. As nossas farras eram sempre regadas com muita bebida. A cerveja era a nossa bebida preferida. Claro! Outros bebiam uísque, cachaça, até água, por incrível que pareça! Por exemplo: o Geraldo Cabeção, que não participou da farra, hoje só bebe água. Antes, era um cachaceiro inveterado.
Na foto 05, o Missinho, o Equinho, o Abelardo, o Paulinho Buçu(em memória) e de costa o pequeno Diogo, filho do Jarbas.

Foto 05
A foto 06, mostra o quanto éramos e somos até hoje alegres por natureza. Na esquerda o motorista do Paulinho Buçu, o Paulinho Buçu sentado e o Equinho montado no colo do Paulinho Buçu cobrindo a cabeça dele com sua camisa. Coisa boa, com certeza, não estavam fazendo! Por último, o Missinho sempre se abrindo. Nessa altura, todos nós dávamos corda para que a brincadeira prosseguisse pra ver, o que, de fato, ia acontecer. Gritávamos, batíamos palmas, enquanto os dois se agarravam e se abofelavam, tentando fazer da cena, a melhor possível, para que todos continuassem na zona. Era realmente bom de mais! O interessante era o comportamento de todos, quando tínhamos a oportunidade de fazer uma reunião, como essa. Parece que voltávamos a ser adolescentes e fazer certas coisas que fazíamos naquela época.


Foto 06
Um detalhe interessante que aparece nessa foto, são as duas enormes caixas do meu som Philips. Naquela época era moda. Tinha até toca disco! No mínimo estava tocando Beatles ou alguma música da jovem guarda. Acredito que nessas alturas, já era noite e a cachaça, com certeza, estava fazendo efeito. Eu gosto muito de relembrar todos esses momentos felizes que a nossa turma da Praça da Faculdade de Medicina viveu. Como já falei anteriormente, um dos motivos de ter criado esse blog, foi deixar tudo isso documentado.
Mudando de pau pra cacete, a nossa festa estava embalada e pelo visto, sabia que ainda ia demorar bastante para acabar. Nem a saideira tinha sido servida ainda. Aliás! Nem se quer alguém teve a ousadia de falar essa palavra. Pra mim, terminasse a hora que terminasse, mas eu ainda tomaria uma cerveja arrumando tudo no final da farra. 
Na foto 07, Paulinho Buçu(em memória) e o Equinho dançam agarradinhos ao som de qualquer música. A cena era realmente cômica. Não precisa nem descrever. A foto mostra tudo. Lá no fundo, como sempre o Missinho só observando e se abrindo. Com certeza, dando corda.


Foto 07
O Paulinho Buçu para tá fazendo isso, com certeza, já estava com a cabeça cheia de mé. O Equinho não! Gostava da zona. Observem bem a cara lisa dele. Tanto ele como o Missinho são mestres em fazer palhaçada. Ele não gostam quando falamos isso, mas é a pura verdade. Fim de farra era sempre assim. Na turma, tinham aqueles que tinham limite para beber. Mas tinham outros que só saiam na poeira. Eu era um desses. Muitas vezes tínhamos que inventar algum motivo para tentar acabar a farra. O motivo tinha de ser sério, porque se não fosse, a turma não estava nem aí. A brincadeira era tão legal que realmente dava pena quando terminava. Eu como todos os nossos amigos, aproveitávamos tudo  o que tínhamos direito, pois não sabíamos quando seria o próximo encontro. Nessas alturas, eu já estava pedindo para a brincadeira terminar.  Apesar de gostar muito, estava encharcado de cerveja e muito cansado. Apesar de ter avisado, no início da farra que cada um se virasse, a coisa sobrou foi realmente pra mim.
Na foto 08, agora o nosso amigo Paulinho Buçu(em memória) e o nosso amigo Abelardo dançam soltos. Essa dancinha do Abelardo é muito manjada!


Foto 08
Pelo embalo dos dois, era uma daquelas boas músicas que curtíamos. Pelo jeito, estavam dançando rock. Aliás! Pelo jeitinho das pernas do Abelardo, era twist. Não faltou aquela encarnação com o nosso amigo Abelardo pela sua bermuda no meio da canela. A turma era assim, sempre descobria alguma coisa para zonar com alguém. Que tempo bom! Sabe! Todos encontros que fazemos sempre falamos das mesmas coisas e dos mesmos fatos. Claro que tem novidades! Mas o nosso papo é, com certeza, relembrar o nosso maravilhoso passado. Aqueles momentos felizes que juntos curtimos. Por incrível que pareça, esse tipo de comportamento nosso, nos faz muito bem! Parece que a cada reunião, saímos com a mente renovada. Tomamos uma espécie de revigorante, sem ser a danada da cerveja, é lógico! Saímos sempre satisfeitos, alegres, todos felizes e  com a certeza que amigos fomos, amigos somos e amigos seremos para sempre! Feliz daquele que tem uma turma como a nossa. Não é querendo me gabar, mas sempre fomos unidos. Claro que tinha briga, discussão, até porrada de vez em quando, mas no final saía tudo bem!


Foto 09
Na foto 09, vemos o Missinho, o Equinho, o Francisquinho(em memória) e o nosso amigo Paulo Bandeira(em memória). Que foto maravilhosa! Se vocês observarem nessa foto e nas fotos anteriores, o Missinho e o Equinho, sempre estão juntos. É um amor da gota serena!
Pois é meus amigos! Vocês não sabem o quanto me faz bem, está sentado na frente de um computador e escrevendo essas histórias. Eu digo e repito sempre! É como se eu estivesse me transportando para aquela época e revivendo tudo outra vez. Muitas vezes acho graça sozinho e fico imaginando coisas que só quem viveu intensamente esses momentos, sabe o que é realmente viver. Nossa turma sempre foi assim.
Agora! O que realmente dói no coração, é ver nessas fotos, amigos que lamentavelmente não estão mais juntos de nós. Alguns que nos deixaram de repente por problemas diversos de saúde. Esses, apesar da falta que fazem e da saudade que deixaram, entendemos as suas ausências. Todavia, alguns que tiveram suas vidas ceifadas e um final trágico, que foram covardemente e brutalmente assassinados! Esses sim! Até hoje não aceitamos suas ausências. É muito triste lembrar de situações extremas e de barbáries que alguns de nossos amigos foram submetidos e por fim, friamente assassinados. Pior ainda é aceitar que tais e tamanhas barbáries tenham sido praticadas em pessoas de bem, pais de família, pessoas alegres que gostavam de curtir a vida e eram nossos grandes amigos desde a época de infância. Lembrar dos maravilhosos momentos que tivemos e vivemos com eles é para todos nós um grande consolo.

Nicolau Cavalcanti em 21 de setembro de 2017