sábado, 20 de outubro de 2012

Alguém lembra desses dois personagens? "Dr. Buçú" e "Dr. Chapeleta"???

Antigamente existiam muitas revistas de histórias em quadrinhos tais como: o Zorro, Tarzan, Batman, o Homem Aranha e muitas outras, que nos anos 60 e 70 fazíamos coleção. Nesse período, levávamos para o cinema essas revistas para trocar por outras que ainda não tínhamos lido ou ainda não constava da nossa coleção.
No Cine Colonial, no Ideal, no Lux, no Plaza, no Rex... Era muito comum essas trocas antes do início das sessões e normalmente aconteciam numa sessão de filme desses nossos heróis. As vezes até vendíamos essas revistas para pagar a entrada no cinema.
Mas, porém, todavia, existiam na nossa época, duas "revistas" que fizeram muito sucesso, no que se refere a contos eróticos. Eram muito difíceis de serem encontradas. Apesar do sucesso, eram proibidas de circularem abertamente em portas de cinemas ou em outras reuniões decentes. Quando alguém conseguia um exemplar de uma dessas revistas e alguma turma de adolescentes sabia, era um verdadeiro corre, corre, para ver e principalmente pedir emprestado para ler em casa. "Não sabíamos pra que!".
Eram "revistas em quadrinhos" e acredito eu que foram as primeiras revistas de contos eróticos que vimos na nossa turma. Contavam as histórias de dois personagens que até os seus nomes eram exóticos. Um era o famoso Dr. Buçú e o outro, o não menos famoso Dr. Chapeleta! Os dois, eram pegadores por excelência e segundo a narrativa do autor, tinham determinada parte do corpo que deixavam as meninas muito curiosas, excitadas e doidas para ter a sorte de pelo menos dar uma olhadinha, nem que fosse de longe, nos seus grandes atributos.
Os desenhos em preto e branco eram bem feitos e muito bem detalhado no que se referiam a história. O acabamento da revista é que era de de péssima qualidade. Na realidade estava mais para um folheto do que propriamente uma revista em quadrinhos. Eram confeccionadas por algum profissional desenhista que desenhava as histórias em quadrinhos em folhas de papel branca, depois reproduziam várias cópias, montavam e pronto. Seu tamanho era de meia folha de papel A4.
As histórias eram de arrepiar. A narrativa escrita pelo autor, era foda! Pense na bagaceira que essas duas figuras perigosas aprontavam! Se desse bobeira, eles seriam capazes de comerem até quem estava lendo as revistas.
As revistas contavam histórias, como já falei, eróticas e em todos os detalhes e posições, do começo até o fim. Da cantada até a "trepada"! e que trepada!  Na maioria, o final era de "arrombar"! Tinham cenas de sexos explicito, de "boquete" e muito mais. Essas duas revistas mexeram muito com as fantasias eróticas da turma de adolescentes da época, inclusive a nossa.
O Dr. Buçú, era famoso pelo tamanho exagerado do seu "caralho". Fazia grande sucesso com a sua "arma letal".
Nas histórias, tinham algumas mulheres que encaravam a dita cuja, mas que no meio da foda, pediam arrego. Outras além de encarar o Dr. Buçú, ainda pediam mais! com certeza uma Maria Batalhão, da vida! Porém, tinham outras que corriam só de ver a "pra te vás", Mole!
Na nossa turma da Esquina da Dona Amélia, tivemos um Dr. Buçú. Na realidade era o Paulinho "Buçú". O bicho tinha uma lapa de "bilunga" que assustava todos da nossa turma. Era um verdadeiro pé de mesa! Mas as meninas da zona Iraquitan, brigavam para passar uma noite com ele.
Já o Dr. Chapeleta, era famoso por ter um "caralho" que além de grande e grosso tinha uma cabeça que mais parecia um pneu de caminhão, como dizia uma das músicas de sacanagem da época. Era o grande dilema das corajosas mulheres que encaravam o Dr. Chapeleta. Era um verdadeiro duelo que na maioria das vezes acabava em gritos, gemidos, sussurro e até em risos e frases sem nexo, durante o ápice do ato sexual, de acordo a narrativa escrita pelo autor. Para encarar esse jumento só com um pote de vaselina para lubrificar aquela "besteirinha"!
Nas histórias desse "matador", tinham mulheres que depois de se submeter a uma "sessão de tortura", passavam dias andando com as pernas abertas e usando "pedra-ume", para diminuir o rombo. O pior era quando arriscavam tocar a "tuba" do Dr. Chapeleta! Aí era que se lascavam de vez! Botar no "chicote"! nem pensar! quem se arriscava, passava dias assobiando pelo buraco do "buzanfã"! Desafinado, é lógico!
Confesso que essas revistas em quadrinhos da mesma forma que surgiram, desapareceram. Não encontramos mais qualquer exemplar para guardar como lembrança dos velhos e bons tempos e também para mostrar a turma jovem de hoje, como eram algumas das nossas curtições. Nossa turma estava sempre atenta! Era uma verdadeira zona, quando aparecia um desses exemplares na Esquina de Dona Amélia. Parecia até "urubu na carniça", aquele bando de besta, querendo ver a revista, ler e comentar os detalhes mais quentes. tinha cabra que zonando se abufelava nos outros querendo imitar os famosos personagens. 

Nicolau Cavalcanti em 20/10/2012

Um comentário:

  1. O Dr. Buçu era desenhado e roteirizado por um cara de Maceió e que vivia de fazer desenhos em paredes. Ele fazia muito serviços para o antigo Colégio Sagrada Família. Cheguei a conhecê-lo de vista. Dizem que bebia muito e morreu devido ao vício, ainda jovem. Não lembro o nome dele mas conheço quem sabe. O outro personagem, Dr. Chapeleta, eu nunca tinha ouvido alar dele até agora. Muito bom ler sobre essas antiguidades. Obrigado.

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