quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bar e Restaurante do Alípio: "a fritada de siri é uma maravilha! A caipirosca nem se fala!!!"

Funcionou por muito e muito anos no Pontal da Barra, de frente à lagoa Mundaú, na Avenida Alípio Barbosa, nome do fundador do Bar, no Bairro do Pontal da Barra. Começou com um grande palhoção em um dos lados da casa grande existente e servia de apoio para o Bar. Do outro lado da casa tinham algumas palhoças com mesas muito simples apoiadas em troncos de coqueiro, com bancos também em madeira em toda a extensão dos lados das mesas e apoiados também em troncos de coqueiro. Era um local muito rústico, frequentado, na época pela turma jovem que se reunia nas sextas-feiras e sábados à noite para bater um bom papo, paquerar e namorar tomando a famosa “caipirosca”, bebida a base de vodca, limão, açúcar e gelo e degustar os deliciosos e variados tira-gostos. De todos os tira-gostos, com certeza, o mais solicitado, era a fritada de siri. Maravilhosa! No grande palhoção tinham grandes mesas com bancos de tábua, que tomavam toda a extensão lateral da mesa. Era um dos nossos pontos de encontro preferido e passei a frequentar mais vezes o local, quando comecei a namorar minha esposa Fátima, nos meados dos anos 70.
Praticamente, todas às sextas-feiras, íamos lá tomar a famosa “caipirosca”, pois em Maceió não existia outro local que preparasse essa deliciosa bebida como lá. Tinha realmente um porque no seu preparo. Às vezes, optávamos por umas doses de Campari puro com gelo ou então Rum Montilla com coca cola, limão e gelo. A famosa "Cuba Libre"! Eram bebidas bastante consumidas na época. Na maioria das vezes bebíamos simplesmente uma cerveja bem gelada, acompanhada dos deliciosos tira-gostos da casa. A fritada de de siri, realmente era o tira-gosto mais solicitado. Mais tinham muitos outros que também eram deliciosos: pata de uçá ao vinagrete, peixe em posta frito, caldinho de peixe, camarão frito, maçunim e sururu no coco... Eram Maravilhosos! Em se tratando de frutos do mar, não tínhamos como nos contentar apenas com apenas um prato. Saíamos de lá muitas vezes, o dia já estava amanhecendo. O Alípio filho fazia parte da nossa turma da Praça da Faculdade de Medicina e morava inclusive em uma casa situada em frente a referida Praça Praça.
Quem frequentava o Bar do Alípio, sempre que vinha à Maceió, era um alagoano que estava consolidando sua carreira como cantor e compositor a nível nacional: Djavan! Sempre rodeado de amigos e fãs. Sua presença era motivo de muito zum zum zum. Ia desfrutar da beleza e do aconchego do ambiente. Os curiosos faziam a festa. Era realmente um ponto de encontro de muitas e muitas pessoas conhecidas no meio político e social do nosso Estado. Nos sábados e domingos, depois de uma boa praia, era um local ideal para tomar uma gelada e almoçar aquela peixada a moda da casa.
Lembro que certa vez, minha irmã Lilian, que morava, na época, em Porto Velho, me ligou dizendo que ia chegar em Maceió um casal amigo, recém casado, pedindo que desse uma volta com os dois e mostrasse um pouco da cidade para eles. Tratava-se do Neno e da Rubineia, pessoas maravilhosas das quais nos tornamos amigos e até hoje desfrutamos dessa grande amizade. Não só do casal mas também toda a sua família.
Andamos bastante com eles, fomos a várias praias e terminamos certa noite no bar do Alípio. O casal ficou maravilhado com o local, com seu visual rústico, com a lagoa, com a variedade de pratos e tira-gostos e principalmente com os preços. Segundo os dois, comer camarão e outros frutos do mar nesse precinho camarada, só mesmo aqui, em Maceió. Pra completar o clima de nostalgia, fizemos todos esses roteiros a bordo do meu fusquinha 72, amarelo, mas que nunca me deixou na mão.
Anos arás, o Bar passou por uma grande reforma ficando com uma estrutura muito boa, totalmente diferente do que era no início. Uma área coberta muito grande, com muitas mesas, oferecendo aos clientes um conforto bem melhor. O cardápio bem mais variado, mas com os mesmos pratos e bebidas que tornaram o Bar muito famoso e referência da culinária local, na época. Tem música ao vivo nos finais de semana e sempre é palco de projetos culturais envolvendo artistas da terra e a nível nacional. Em frente ao Bar do outro lado da rua, tem uma espécie de píer onde atracam barcos que fazem passeios pela Lagoa e param por lá para os turistas almoçarem no Bar. Tem também algumas mesas para se tomar uma cervejinha curtindo o deslumbrante visual da Lagoa Mundaú.
Hoje, lamentavelmente, não existe mais. Não sei se foi vendido, só sei que mudou de nome e está bem melhor, tendo inclusive uma nova estrutura de frente a Lagoa Mundaú, oferecendo melhor es opções e atendimento para todos os clientes. 
A nossa turma frequentava esporadicamente o bar, mas quando íamos, fazíamos boas farras. Principalmente nos finais de ano, quando vários integrantes da turma que estudavam fora, voltavam e aproveitávamos o momento para nos reunirmos, não só nesse Bar, como também em outros bares que antes frequentávamos. Era maravilhoso! Ficávamos tristes quando pedíamos a conta, não porque teríamos de pagar, mas sim, porque tínhamos de ir embora.

Nicolau Cavalcanti em 30/10/2012

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