terça-feira, 6 de maio de 2014

Restaurante Mocotó do Tio Pepe! O mocotó era delicioso!!!

O Restaurante Mocotó do Tio Pepe ficava localizado na esquina da Av. Dr Júlio Marques Luz com a travessa Jatiúca, no Bairro da Jatiúca. Funcionou nesse endereço nos anos 80. O tio Pepe era uma figura muito legal. Gordo com aquela barriga avantajada, careca, bigodudo, muito alegre e sempre de avental estava na cozinha preparando o delicioso mocotó como também os diversos pratos servidos lá.
Era uma espécie de restaurante e bar familiar onde toda a família trabalhava. Desde o Tio Pepe, esposa e filhos, todos maravilhosos. Lá era servido além do mocotó que era o prato principal, o caldinho de mocotó, a rabada e o chambaril e muito mais. Os pratos eram servidos como tira-gostos ou então como almoço acompanhados com porções de arroz e pirão. Tinham também outros pratos que faziam parte do cardápio, mas não tão solicitados como o mocotó. Um deles era a carne de sol frita com rodelas de tomates e cebolas. Muito boa. Como almoço era servido com arroz e feijão tropeiro.
Eu já estava casado e morava no Condomínio Jardim Tropical, próximo ao Mocotó do Tio Pepe e sempre que tinha oportunidade eu e a turma do condomínio íamos comer aquele delicioso mocotó acompanhado daquela cervejinha e bater um bom papo. Sempre estávamos juntos. Eu, e meu amigos Joel, Castelo, o Gilberto "papa figo", o Valter e outros que algumas vezes nos acompanhavam. De vez em quando, quando dava na cabeça, ia comprar uma porção de mocotó para comer em casa. Levava uma panela e voltava com ela cheia. Adorava!
Depois, eu e minha família nos mudamos do condomínio. A família crescendo rápido, fomos então morar em uma casa próxima ao antigo endereço e nos afastamos um pouco da turma. Um dia para matar a saudade acertamos de tomar uma gelada e comer um mocotó lá no Mocotó do Tio Pepe. Soube então que o Mocotó do Tio Pepe tinha mudado de endereço. Graças a Deus foi para mesma Av. Júlio Marques Luz, próximo ao antigo endereço. O lugar era bem melhor do que o anterior. Mais espaçoso e de qualquer lugar do salão víamos o Tio Pepe e sua esposa preparando os tira-gostos em um fogão industrial e várias enormes panelas. No antigo endereço passou a funcionar uma das diversas filiais da Drogaria São Luiz.
Como deixamos de frequentar como antes o Mocotó do Tio Pepe, soubemos depois que ele havia falecido, o que para nós foi uma notícia muito triste. Primeiro pela pessoa maravilhosa que ele era e segundo por não poder mais frequentar o seu restaurante e nos deliciar comendo o delicioso mocotó e os demais pratos servidos no restaurante.
A família do Tio Pepe acabou com o restaurante e no espaço abriu, se não estou enganado, uma pizzaria. Funcionou por um determinado tempo, mas acredito que não deu certo e acabou fechando. Para todos nós só restou a saudade das nossas reuniões e das boas conversas lá no Restaurante Mocotó do Tio Pepe.

Nicolau Cavalcanti em 06 de maio de 2014

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Macarronada do Edson. Impossível não lembrar!!!

A famosa Macarronada do Edson ficava localizada na Rua Dr. Baltazar de Mendonça, no Bairro de Ponta Grossa, em frente a um barzinho muito frequentado pelo pessoal da redondeza e outras muitas pessoas que gostavam de saborear um suculento prato de mocotó. Era conhecido como Mocotó do Coruripe. 
A Macarronada como o nome já dizia tinha como dono o Sr. Edson. Pessoa muito alegre e que fazia questão de estar sempre conversando com seus clientes, dando sugestões sobre suas macarronadas, como também procurando saber se estavam gostando do atendimento e dos vários pratos que eram servidos lá. Gostava muito brincar com seus clientes sempre que tinha oportunidade, pois, só vivia correndo de um lado para outro resolvendo tudo, inclusive servindo. Fazia questão de ir de mesa em mesa.
Com relação as macarronadas, eu particularmente gostava de todas. Tinha preferência por três sabores: Bolonhesa, leitão e camarão. Mas de todas as macarronadas, eu gostava mesmo era a de camarão. Era uma macarronada maravilhosa! Deliciosa! Era servida numa travessa pelas bordas de macarrão com um delicioso molho de tomate e acompanhada de uma outra travessa menor, porém funda, cheia daquele maravilhoso molho de camarão. Esse sim, era o principal ingrediente da Macarronada. O sabor do molho de camarão era indescritível. Esse prato dava para duas pessoas que gostavam de comer bem, se empanturrarem e ainda sobrava. Aliás, todos os pratos eram bem recheados. É de dar água na boca só de pensar!
Antes de traçar uma dessas macarronadas tomávamos aquela cervejinha bem gelada. "Véu de noiva" ou "mofada", como se dizia na época, com um tira de bifes de lombo de porco bem fritos acompanhados de rodelas de tomate e cebola. Fazíamos então a festa!
Aliás! Falar em "mofada" essa palavra na época tinha duplo sentido. Quando se dizia "vou tomar uma mofada" o sentido era "vou tomar uma cerveja bem gelada. Mas quando se dizia "vou dar uma mofada", a coisa mudava de sentido.
Certa vez, levei minha esposa e alguns casais amigos para conhecer a Macarronada do Edson e saborear os deliciosos pratos. Era um local muito frequentado por pessoas granfinas da época, apesar de ser um local muito simples e de sua localização um pouco afastada. Nós que não tínhamos nada de granfinos, estávamos sempre lá dando uma de... Era comum encontrar políticos e outras autoridades por lá.
Não sei o que realmente aconteceu com o Sr. Edson. Não sei se adoeceu em função de algum problema realmente de saúde ou se preocupado com as coisas que não estavam dando certo em função de várias novas opções que surgiram na época, e fez com que a Macarronada não tenha sido mais frequentada como antes. Soube que ele andava muito preocupado com a queda muito grande de sua clientela. Eu, como sempre fui saudosista e gostava de frequentar locais como esse, simples mas que serviam e atendiam bem aos seus clientes, sempre que podia estava por lá. Mas mesmo assim tinha também diminuído a frequência.
Pelo que soube o Sr. Edson estava muito endividado. Certo dia soube também que lamentavelmente ele num ato extremo, tinha tirado a sua própria vida. Se suicidado. Fiquei muito triste com a notícia, mas só pude lamentar e com certeza sentir a falta da pessoa maravilhosa do Sr. Edson e da sua Macarronada.
Soube depois que a sua família tentou tocar o negócio, mas me parece que não deu certo. É Muito lamentável. Ficou em mim as boas lembranças da época que frequentei a Macarronada.

Nicolau Cavalcanti em 28 de abril de 2014

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A vida tem dessas coisas!!!

Sabe minha gente, depois que tive o primeiro AVC em setembro de 2009, vinha tentando manter uma vida mais regrada procurando evitar que no decorrer do período da minha recuperação não fosse surpreendido por mais um AVC. Já tinha o lado direito do meu corpo com várias sequelas e fazia regime, fisioterapia e academia no mínimo três vezes na semana sem contar uma boa nadada na piscina diariamente. Claro que não sou de ferro e algumas vezes saia do regime, mas só em datas merecidas. Exames e idas regularmente ao médico também faziam parte dessa rotina.
Um certo dia ou melhor, mais precisamente no dia 14 de fevereiro de 2014, acordei com alguma dificuldade para levantar da cama, mas com um esforço maior do que o normal consegui me levantar. Passei mais de uma semana sem fazer atividades físicas em função do meu Personal, pessoa que me acompanhava na academia, solicitar alguns dias de folga para estudar, já que iria participar de um concurso. Associei essa dificuldade de me levantar em função de ter passado esses dias parado. Voltei para academia numa terça-feira e continuei até sexta-feira dessa mesma semana. Só que durante toda a semana continuava a me sentir cansado e dependendo do local onde sentava tinha dificuldades para me levantar.
Na sexta-feira, segui o roteiro diário das atividades. Fui para academia, iniciei os exercícios, mas sempre me sentindo cansado. Como estava controlando os batimentos cardíacos não me preocupei, pois estavam sempre, muito abaixo do limite. Continuei a fazer exercícios e durante um desses exercícios em que fazia normalmente, não consegui me levantar, após terminar. Tive de pedir ajuda para o meu Personal. Continuei me sentindo cansado mas mesmo assim insisti em terminar a bateria de exercícios para aquele dia.
Terminado os exercícios fiz alguns alongamentos e subi por uma pequena escada para esperar táxi, bem sentado na sala de espera da academia. Demorei um pouco para descansar e logo depois tentei me levantar e tive muita dificuldade, mas com muito esforço me levantei. Não me passou nem um pouco pela cabeça que alguma coisa de errado estava para acontecer. Caminhei até a porta, me despedi como era de costume, do pessoal da portaria e segui em direção ao táxi que já me aguardava lá fora.
Chegando em casa minha esposa me aguardava na porta e me ajudou a entrar. Fui direto para o banheiro tomar aquele tradicional banho. Antes dei uma sentadinha num banco para tirar a roupa e quando tentei me levantar a situação havia piorado muito e fiquei preocupado, mas mesmo assim consegui me levantar e tomar banho. Ainda não tinha percebido o perigo eminente. Tomei aquele banho maravilhoso, do jeito que eu sempre tomo. O AVC que tive me deixou com algumas sequelas do lado direto do meu corpo que limitam alguns dos meus movimentos. Para trocar de roupa eu preciso fazer isso sentado e foi o que fiz. Me sentei no banco que tenho no banheiro e quando tentei me levantar não consegui. A minha perna de apoio, a esquerda, estava perdendo a força. A minha mão e braço esquerdo também. Tentei a todo custo me levantar mas a força do meu lado esquerdo estava acabando rapidamente. Esboçava o movimento, mas não conseguia executar. O lado direito que já tinha sido afetado no primeiro AVC também estava ficando mais comprometido, sem o mínimo de força para me apoiar. Foi aí que me dei conta que estava sofrendo um novo AVC. Sem tentar mais me levantar, com medo de cair e me machucar, chamei minha esposa Fatima. Quando ela chegou na porta do banheiro eu então falei: Fatima, não consigo me levantar! Ela então já assustada disse: tenha calma Nicolau, vamos tentar nós dois juntos! Tentamos, tentamos, mas não conseguimos. Agora eu tinha caído na real, tinha perdido a força nas perna. Não conseguia ficar em pé. Muito nervoso não me contive e chorei pra caramba. A minha filha mais nova estava em casa e com muito esforço me levaram até a cama. Me sentei enquanto minha a Fatima ligava pra minha Neurologista, que pediu para me levar a uma unidade de emergência de imediato.
Fomos para o Hospital Arthur Ramos, próximo de casa, onde fui atendido imediatamente. Fiz alguns exames mas nada ficou constatado. Passamos o resultado para minha Neurologista, e ela pediu para me ver no dia seguinte para ver o meu estado físico e fazer alguns testes para comprovar se era realmente um outro AVC. Todos os exames realizados não acusaram nada. diante dos resultados fui liberado para voltar para casa.
No outro dia fomos ao consultório da minha Neurologista, que logo ao me ver sentiu que alguma coisa estava diferente. Após alguns testes físicos, ela constatou que realmente se tratava de um novo AVC, de proporções menores que o anterior. Fiz mais alguns exames e nada ficou constatado, inclusive uma ressonância magnética.
Pra mim e para minha família foi realmente uma notícia que trouxe um grande impacto. Jamais esperávamos mais um AVC já que estava fazendo tudo certo, conforme já citado anteriormente. Para mim foi horrível. Pensava muito nos meus familiares já que tinha ficado quase 100% depende deles. Minha esposa Fatima comprou duas cadeiras de rodas. Uma para me deslocar e outra para banho e para eu fazer minhas necessidades fisiológicas. Perdi a força dos braços e pernas e não conseguia ficar de pé nem movimentar os meus braços como antes. A minha voz ficou mais embolada e as minhas mãos não seguravam mais nada.
Mais uma vez tive de começar tudo novamente. Fisioterapia, Fono e Terapia Ocupacional diariamente. Graças ao trabalho dedicado dos profissionais que cuidam de mim, uma semana depois já estava bem melhor. Quinze depois já estava praticamente independente. Fazia tudo praticamente só. Comecei a dar os primeiros passos, claro com a ajuda de uma bengala. Minha esposa Fatima voltou a trabalhar e eu aboli mais uma vez a cadeira de rodas. A outra ainda estou utilizando. Algumas quedas aconteceram nesse período mas nada de grave. Apenas susto!
A vida continua e eu não perdi a esperança de voltar a dirigir, coisa que mais gostava de fazer. Alguns dias antes de sofrer esse último AVC, já estava me programando para fazer uma avaliação com uma junta médica do DETRAN para ver se tinha condições de voltar a dirigir. Essa vou ter que adiar por algum tempo. Quero também voltar a fazer academia coisa que eu adorava, principalmente fazer esteira. Mas tudo no seu devido tempo.

Nicolau Cavalcanti em 27 de abril de 2014

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Uma barata, um escorpião ou simplesmente ilusão?!?!?...

Sabe gente! Depois que sofri um AVC, em 2009, como já é do conhecimento de todos, várias histórias e fatos no mínimo hilários aconteceram comigo. Essa história que vou tentar contar abaixo é muito interessante. Porque não dizer sem pé nem cabeça.
Estava eu e minha esposa Fatima já deitados. Na realidade a Fatima deitada rezando e eu como sempre costumo fazer antes de dormir assistindo TV, acessando o tablet ou algumas vezes lendo. A Fatima como de costume pegava no terço deitava e dormia. Eu de vez em quando mexia com ela dizendo que ela leva um bom tempo para terminar de rezar o terço. Na minha humilde avaliação e observância era uma Ave Maria por noite. Ela detesta ouvir isso e diz que reza o terço todinho. Nesse dia lembro-me muito bem que estava acessando o meu tablet.
Já passava das 23 horas e eu empolgado com as notícias que lia, não estava nem aí pra vida. Mas de repente senti alguma coisa estranha se mexendo na minha perna perto do short do meu pijama. Do jeito que tenho pavor de barata foi a primeira coisa que me passou pela mente. Eu assustado pensei: meu Deus! Será que é uma maldita de uma barata? Se for, tô lascado! Continuei a ler e mais uma vez senti algo mexendo. Só que dessa vez me parecia mexendo dentro do meu short do pijama. Foi o suficiente para a adrenalina aumentar e meu coração disparar. Parei tudo e fiquei aguardando se o tal corpo estranho se mexia novamente. Senti mais uma vez aquele diabo se mexendo. Concentrado no local de onde sentia mexer o tal negócio e com um rápido movimento da mão esquerda, presumivelmente consegui segura-lo ou segura-la!!! Muito nervoso e quase se poder falar direito chamei a minha esposa Fatima. Ela, coitada, que já estava ressonando, acordou assustada com o terço na mão e eu com a voz embolada, sem saber o que se passava nos arredores do meu “boga” falei: Fatima me ajude! Alguma coisa estranha entrou no meu short do pijama. Acredito que consegui pega-la, mas estou numa posição muito ruim e acho que se demorar muito não vou poder segura-la. Estou escorregando da cama e minha mão, está já soltando essa porra!!! Corra! Venha logo!
A coitada da Fatima a princípio ficou sem saber o que estava acontecendo. Eu depois do AVC fiquei com a voz muito embolada e quando fico nervoso não sai nada. Parece até que tem alguma “coisa estranha” dentro dela. Mas quando ela me viu aperreado, não titubeou, levantou e correu pra me ajudar. Enquanto isso eu continuava escorregando da cama e não tinha como evitar, pois escorregava pelo lado do corpo afetado pelo AVC. E o pior, estava com o tablet no colo. Qualquer movimento ou derrubava o tablet ou então soltava aquele “não sei o que”. Enquanto tudo isso acontecia, o danado continuava a se mexer na minha mão e eu sentia que eu não iria segurar por muito tempo. A Fatima estava de mão atadas. Retirou o tablet no meu colo e apenas me ajudava a me manter sentado na cama. A minha posição estava ficando muito incômoda porque apesar da ajuda da Fatima eu continuava escorregando. Na minha mão o bicho não dava trégua.
Então resolvi me levantar e tirar o pijama com a ajuda da Fatima. Apoiei o meu pé direito no chão, o do lado do AVC. A Fatima ficou só na retaguarda esperando para que depois do impulso me segurasse para que ficasse de pé.
Tudo certo...: um... dois... três... já!!! Aí quando dei o impulso para me levantar o meu pé escorregou e pra não cair abri a mão que segurava o tal negócio e ao mesmo tempo pedia socorro pra Fatima tentando me desvencilhar do short do pijama. Dessa vez com muito medo de uma reação maldosa do “cheira peido”. Deitei-me na cama já que não pude me levantar e ao mesmo tempo tentava tirar o short do pijama com a ajuda da Fatima, com medo de perder aquele intruso e também para saber o que realmente era. Respirei fundo, pois tínhamos conseguido tirar a short do pijama e por incrível que pareça estava bastante cansado. Claro, as sequelas do AVC exigiam de mim um maior esforço.
Mesmo assim não perdi tempo. Levantei-me rápido, bati a cueca e os lençóis para ver se tinha alguma coisa estranha, mas nada apareceu. A Fatima bateu bastante o short do pijama, mas nada do tal do maldito bicho aparecer. Aí me perguntei: Meu Deus será que estou ficando doido?
Depois de um bom tempo revirando tudo, chegamos à conclusão que não havia porra de bicho nenhum. Eu não sabia o que dizer pra Fatima, que nessa altura já estava “P” da vida comigo. Eu pensava comigo mesmo se estava ficando: o que será que a Fatima está pensando de mim?
Acalmados os ânimos, resolvemos nos aquietar e mais uma vez deitarmos. Tudo bem, tudo legal, missão aparentemente cumprida, sem descobri nada, coloquei a bermuda do pijama, dessa vez tendo bastante cuidado de observar se estava tudo ok. Fiz uma última checagem nos lençóis e em tudo que havia em cima da cama. A Fatima perguntou se estava tudo ok e se já poderia deitar. Eu muito chateado por tê-la feito acordar não poderia responder outra coisa a não ser um sim.
Bem, a Fatima mais uma vez se acomodou no seu lugar e eu continuei acessando o meu tablet e assistindo TV. Passado algum tempo senti mais uma vez a mesma sensação de que algo estava se mexendo no mesmo lugar que antes. Aí para não perder muito tempo, chamei mais uma vez a coitada da minha querida esposa, que em função do trabalho diário já estava mais uma vez dormindo. Ela abriu os olhos olhou para mim e perguntou: o que foi dessa vez Nicolau? E eu te falei: o bicho voltou! O danado do bicho voltou. Dessa vez enquanto ela se levantava eu consegui tirar o tablet do meu colo e fiquei no aguardo para dar um bote certeiro e segurar aquele que nos meus quase 40 anos de casado, surgiu de repente, tentando abalar o nosso relacionamento.
O bicho era tão desaforado que não precisei nem terminar de pensar e o danado mais uma vez se mexeu. Eu como um gato caçando um rato dei um bote certeiro e consegui mais uma vez segurar a presa. Dessa vez, mais tranquilo e consciente.
Agora o esquema era diferente. Como estava bem acomodado, iria ficar de pé e depois abrir a mão para descobrir ele o impostor, o meliante, o “cheira pinta” pra não dizer o contrário! Tudo isso é claro com a ajuda da minha esposa Fatima. Consegui ficar de pé e com a mão fechada segurando o bicho pelo short. Fiquei então numa posição onde poderia abrir a mão e caso fosse necessário a Fatima agiria para mandar o tal intrometido para o “cafundó do Juda”.
Com muito cuidado fui abrindo a mão devagar e à medida que abria a mão, para nossa surpresa não aparecia nenhum sinal do maldito animal. “Nadica de nada”! Nem a cabecinha! Já puto da vida, resolvi abrir toda a mão, acontecesse o que acontecesse. Nem sangue tinha circulando na palma da mão de tanta força que fiz. Apenas a costura lateral da cueca que estava usando estava exposta.
Depois de tudo isso a Fatima só não me chamou de bonito, mas o resto, o que vinha na sua cabeça ela detonava. Depois de um minucioso estudo cheguei à conclusão que o que realmente acontecera foi a maldita costura lateral da cueca que eu tinha segurado. Testei inclusive e pra minha tranquilidade e a loucura da Fatima foi realmente ela a danada da costura que causou tanto alvoroço naquela noite. Fomos dormir era mais de meia noite, mas dessa vez sem problemas.

Nicolau Cavalcanti em 08/02/2014