terça-feira, 2 de outubro de 2012

Macarronada Alvorada: "a Macarronada era excelente!!!"

Funcionava na esquina da Avenida Siqueira Campos com a Praça da Faculdade de Medicina. Antes de ser a Macarronada Alvorada, o local passou por vários donos e nomes diferentes. Se não estou enganado, chegou inclusive a ser uma boate com o nome de :"Boate Casa Blanca" e funcionava na casa onde hoje serve de apoio para a Macarronada. A cozinha e o bar. O dono era um ex garçom da Macarronada do Eureka, o Sebastião mais conhecido como Basto. Ali vivemos bons momentos da nossa juventude. A maioria já namorava, alguns já tinham casado e outros só queriam viver na boêmia. Na realidade começávamos o fim de semana, na sexta-feira à noite, na Venda de Seu Luiz, jogando "porrinha" ou mesmo o "riscadinho", jogo que só vi se jogar até hoje, lá na Venda de Seu Luiz. Consistia em um pedaço de madeira, com 25cmx25cm de tamanho aproximadamente, onde em um de seus lados se gravava os números de 01 até 25 e, pronto estava pronto o jogo. Para se jogar, cada jogador escolhia um número de 01 a 25 e guardava para si, sem que ninguém soubesse. Depois de todos os jogadores terem escolhidos os seu respectivos números em segredo, aí começava-se o jogo. O jogador que iniciava a partida pegava uma das 25 tampinhas de cerveja e colocava em cima de um dos 25 números. Se acertasse o número de um dos jogadores, esse estava fora do jogo, se não acertasse o número de ninguém, o próximo jogador escolhia mais um número e assim sucessivamente até ficar apenas um. Esse era o perdedor. Apostava-se cerveja com o "riscadinho". Seu Luiz, sempre e religiosamente às vinte e duas horas, fechava o seu estabelecimento. Aliás, ele começava a expulsar a turma mais cedo. Saíamos da Venda e íamos para a Macarronada Alvorada, quando não tínhamos outra opção mais interessante. Ficava próximo da Venda do Seu Luiz e íamos andando e bagunçando até chegar no Alvorada. Lá a turma se reunia e a "porrinha" continuava até altas horas, quando, pra fechar com “chave de ouro”, a nossa farra, saboreávamos aquela deliciosa macarronada que podia ser a bolonhesa, leitão ou outra qualquer, do cardápio. Dependia do "tutu" que tinha sobrado da farra.
Íamos também aos sábados à tarde, conversar "miolo de pote". Como sempre, a "porrinha" não podia faltar. Aproveitavamos também para curtir uma boa música, já que no local, no início da Macarronada, tinha uma máquina importada, novidade na época, que funcionava com fichas vendidas no local. Eu e o meu amigo Zezinho, íamos aos sábados curtir musicas internacionais. A máquina tinha vários compactos simples com os maiores sucessos da época e, onde podíamos escolher a música através de um painel. Lembro que tinha Roberto Carlos, Fevers, Nazareth, Scorpions, Beatles e muitos outros. Ao colocar a ficha no local indicado, e escolher a música da vez, a máquina fazia com que o compacto se deslocasse e a música escolhida fosse tocada. Às vezes íamos lá só para tomar uma cerveja para "lavar a prensa" e comer uma macarronada. Normalmente no final de alguma farra.
Frequentamos muito o Alvorada e ainda hoje, várias pessoas da turma ainda freqüentam. O Basto, se não estou enganado, faleceu. Um freqüentador assíduo era o famoso Manela, uma pessoa muito legal que fazia parte da velha guarda da nossa turma e que morava praticamente vizinho a Macarronada e, que gostava de tomar seu uísque por lá.
Muitas vezes saíamos de lá e os primeiros raios de sol já começavam a aparecer. Antes de Irmos embora, como já falei, devorávamos um suculento prato de Macarronada à bolonhesa ou de leitão e depois, íamos pra casa dormir. Eu pegava o meus fosquinha 1972, de cor amarela e ia com muito cuidado para casa, uma vez que saía da Macarronada "triscado" e, muitas vezes, quando acordava, não sabia nem como tinha chegado em casa. Era muito bom! Lá era um dos pontos de encontro da nossa turma. Sempre tinha alguém por lá, principalmente à noite. O local ainda existe, com novo nome e com uma nova administração. Quem gostava de organizar reuniões de final de ano para juntar a turma mais antiga, era o nosso amigo Petrúcio Veras. Participei de vários desses encontros.

Nicolau Cavalcanti em 28/092012

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