Como era diferente a sexta-feira da Paixão nos anos 60! Nesse dia, o transporte coletivo praticamente parava. Os cinemas só exibiam a “Paixão de Cristo”. As rádios, durante todo o dia, só tocavam músicas orquestradas tendo como motivo a “Paixão de Cristo” e em cada turno transmitiam também a versão falada da “Paixão de Cristo”. Desobedecer, pai e mãe, como também chamar “palavrão”, nem pensar! Mentir, pior ainda! Ir à praia, beber..., jamais! O comércio e o mercado eram fechados. A tarde acompanhar a procissão do “Senhor Morto”, era uma prática muito comum entre os católicos, cujas ruas do centro de Maceió ficavam praticamente tomadas no trajeto da procissão. No final da tarde, todas as igrejas abriam as portas para que todos os católicos pudessem ver rezar e beijar o “Corpo de Cristo”. Era realmente um dia diferente e todo ele voltado para a “Paixão de Cristo”. Era um dia onde a família se reunia para um almoço típico do dia. Todo ele predarado a base de côco e rezar e refletir sobre o tema. Era muito bom! Tempos bons que não voltam mais.
Nicolau Cavalcanti 16/04/2012
Nicolau Cavalcanti 16/04/2012
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