quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tem dias que a gente se sente...

Não sei o que está se passando comigo! Aliás! Saber eu sei! Não sei é como resolver! Tem dias que começo com todo o gás. Alegre com vontade de fazer tudo, inclusive até o impossível. Mas tem dias que não tenho vontade de fazer nada, mais nada mesmo, nem as tarefas diárias mais simples me motivam!
Começo a pensar na vida, nas sequelas que fiquei desde quando sofri o AVC, em tudo aquilo que deixei de fazer, na minha inércia, do meu medo de fazer tudo, de me soltar, da minha cara feia com tudo e com todos, principalmente com a minha querida família, o meu único Porto seguro. Não aceito qualquer tipo de convite de minhas filhas, esposa ou de qualquer pessoa para sair, dar uma volta, respirar outros ares. Enfim, ver o mundo lá fora.
Tem dia que tenho vontade de gritar, sair correndo,chorar ou até mesmo desistir de tudo e esperar pra ver o que vai acontecer. Preciso sair, me movimentar, vê gente, conversar, mas conversar bastante para soltar essa minha līngua e voltar a falar como antes. Oh! Meu Deus! Me ajude a sair dessa situação! O pior de tudo é que sei que tudo isso depende exclusivamente de mim. A terapia me ajuda bastante mas, cada dia é um dia e nem tudo que é bom hoje pode não ser bom amanhã.
Sei que tenho de fazer fisioterapia diariamente, mas mesmo assim: Cadê a coragem? Começo a fazer alguns execicios mas nem sempre concluo. Pensar que já venho nesse rítmo a quase três anos e, claro que não posso negar que melhorei bastante, mas não foi o suficiente para me deixar empolgado e tocar o barco pra frente. Preciso ocupar meu tempo para que pelo menos ele passe o mais rápido possível. É! Mas não tem nada não! Mais tarde, com certeza, estarei melhor e tudo ficará bem!

Nicolau Cavalcanti em 30/05/2012

Um comentário:

  1. Pai, você é muito forte! Não é fácil. Cada dia é uma vitória e a maior de todas é tê-lo ao nosso lado depois de tudo o que aconteceu! Mais do que melhoras físicas e motoras, você tem tentado e mostrado habilidades novas e maravilhosas (escrever este blog, por exemplo!), se permitindo viver diferentes experiências! Você surpreende aos 60 anos de idade! Isso é viver, pai! E quem não tem altos e baixos, não é? Tenho muito orgulho e admiração por você! E você vai longe ainda...! Te amo, painho!

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