sábado, 1 de setembro de 2012

O Raio X do meu AVC!!!

Parece até brincadeira, mas o que aconteceu comigo, apesar de não admitir, mais cedo ou mais tarde, com certeza aconteceria. Minha saúde nunca foi das melhores nos últimos quinze anos. As minhas taxas apresentavam normalmente o colesterol e o triglicerídeo, acima do normal sempre que fazia meus exames periódicos para controle dessas e outras taxas. A minha pressão já era controlada através de medicamentos, uma vez que, de muito teimosa, sempre andava alterada e acima dos níveis normais. Fora isso, olha só o meu condicionamento físico: Nos últimos anos engordei bastante e cheguei a pesar mais de 100 kg. Engordei cerca de 30 quilos. Era sedentário e o meu peso começava a me perturbar: Algumas passadas a mais e, um palmo de língua pra fora! O coração, coitado, disparava e só faltava sair pela boca. Ficava pálido e suava frio, na maioria das vezes que fazia um esforço maior. Era uma sensação que me ocorria normalmente e, durava alguns poucos segundos e, me deixava sempre de orelha em pé! Não tinha uma alimentação saudável. Aliás, minha alimentação era péssima! Não só pela quantidade mais também pela qualidade: O que colocasse na mesa eu traçava. Era assim nas três refeições diárias, sem contar o que comia durante todo o dia nos intervalos das refeições. Acredito que agia dessa maneira por ser também uma pessoa muito ansiosa e buscava resolver essa ansiedade, na alimentação. Comia compulsivamente! Nos finais de semanas a situação ficava totalmente fora de controle. Gostava de tomar “uma cervejinha” com os amigos, na maioria das vezes em casa, sempre acompanhada de uma boa música. Não podia faltar também àquele tira-gosto que, só mesmo a minha querida sogra, preparava. Aí era que morava o perigo! Porém, o mais terrível de todos os males e que não conseguia controlar, era realmente o diabo do estresse. Esse sim, me atormentava e me corroía o juízo diariamente. Era no transito, em casa, no trabalho... Enfim: Vivia constantemente estressado! Com os nervos a flor da pele! Qualquer susto ou raiva que tivesse, ficava com o meu corpo todo tremendo, da cabeça aos pés.
Apesar de tudo que já citei acima, e de ter sido alertado, várias vezes pelo meu cardiologista, que sempre quando ia pra ele, me dizia: “Nicolau! se você não cuidar da sua saúde, poderá sofrer um enfarto ou até mesmo um AVC e, que com certeza, trará sérios problemas pra você!". Lamentavelmente, nunca dei ouvidos. Na minha equivocada avaliação, não acreditava que poderia acontecer essa tragédia comigo. Com certeza esse foi o meu grande erro, como também da maioria das pessoas.
No dia 7 de setembro de 2012, completei três anos que sofri um AVC. Minha vida mudou radicalmente. Primeiro foi o grande susto inicial. Pegou de surpresa, não só a mim mas, principalmente toda a minha família, amigos e colegas de trabalho. Depois foi a difícil adaptação a nova vida. As seqüelas deixadas pelo AVC, me tiraram os movimentos dos membros do lado direito do meu corpo. Passei dois meses utilizando cadeira de rodas. Para recuperar os movimentos dos membros afetados, faço até hoje fisioterapia, diariamente. A alimentação foi outro item que mudou e, mudou para melhor. Dos meus cem quilos que tinha quando sofri o AVC, perdi mais de vinte cinco e venho mantendo meu peso na faixa de oitenta quilos. As minhas taxas que só viviam alteradas, ficaram todas dentro das faixas consideradas normais. Enfim, melhorei em tudo e, me sinto mais saudável. Claro que a minha vida não está cem por cento como gostaria que estivesse. Sinto falta das minhas farras nos domingo à tarde. de dirigir. Eu adorava dirigir. De tomar banho de mar, ainda não tive coragem de dar um mergulho. De sair no bloco "Pinto da madrugada". Não sou muito chegado a carnaval mas, desse bloco eu gostava. Encontrava meus amigos de infância, meus colegas de escola e faculdade. Mas o que realmente me fez e me faz muita falta, é não poder até hoje, colocar nos braços, a minha querida netinha. Me lembro que ela adorava. Passeava com ela nos braços e, assim que saía para rua, ela logo esticava o seu bracinho e com seu lindo dedinho, apontava na direção da praça ou então na direção da rua, onde tinha onde havia uma casa com uma ninhada de gatos. Ela ficava tão satisfeita e, com um seu lindo sorriso inocente, olhava para mim como se tivesse agradecendo. Enfim! essas e outras coisas tive de superar. Graças a Deus estou vivo para contar essa e muitas outras histórias. Tenho certeza que, com a minha dedicação, o apoio da minha família e dos amigos e, principalmente pela graça de Deus, conseguirei superar todos os obstáculos.
Nicolau Cavalcanti em 01/09/2012

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