segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As nossas pedaladas de bicicleta: íamos tomar banho no Fragoso! Pense num banho maravilhoso!!!

Uma das várias e várias opções que a nossa turma tinha, para preencher o tempo, era alugar bicicletas para pedalar por aí a fora, sem rumo e sem destino, no final dos anos 60. Íamos para qualquer lugar. Eram vários amigos, que se aventuravam nesses passeios. Muitos sem saber se quer pedalar direito. Saíamos por aí fazendo barbeiragem pelas ruas de Maceió. Era o meu caso. Outros muito afoitos, se arriscavam bastante com os piques apostando corrida com os demais ou então fazendo piruetas pelas ruas. Nessa época, o trânsito era uma maravilha. Andava-se sem essa preocupação de hoje em dia. Mesmo assim já existiam barbeiros nos volantes.
Na época, alugava-se bicicletas por um determinado tempo e o mínimo de tempo era o mínimo de dinheiro que se tinha na mão. Na Rua Dona Rosa da Fonseca, no Centro, tinha uma pessoa que ganhava alguns trocados alugando. As "magrelas", faziam jus a apelido. Era uma mais derrubada do que a outra. Muitas soltavam a corrente, outras tinham os pneus tão carecas, que se passasse por cima de uma "tóia" de cigarro acessa, corria o risco de estourar. Os freios! Meus Deus do céu! Muitas vezes tínhamos de dar "cavalo de pau" para brecar. Éramos verdadeiros loucos e corajosos para enfrentar essas emocionantes aventuras. 
Saíamos pedalando pelas ruas do Centro de Maceió, pela orla e quando tínhamos alguns trocados a mais, partíamos rumo ao Bairro de Bebedouro. Cada um que fizesse suas barbeiragens, sem ter medo de nada. Não tinha buraco, calçada ou qualquer outro obstáculo que nós não ultrapassássemos. Era "fé em Deus e pé na tábua!". Era aquele bando de "não faz nada", procurando aventura para diminuir a grande quantidade de adrenalina acumulada e que nos deixava sempre muito inquietos. Gostávamos muito de ir ao famoso Banho do Fragoso, no Bairro de Bebedouro. O banho era maravilho. A água era corrente de um rio que não me lembro o nome, que represada abastecia uma piscina criando esse excelente banho. Não me lembro realmente do endereço do Banho do Fragoso, só sei que sempre chegávamos lá.
Depois de pedalarmos por um bom tempo, chegávamos então ao Banho do Fragoso. Se não estou enganado, entrava-se por uma entrada lateral da casa onde morava os Fragosos e chegávamos a uma área de mata. Era um local muito bonito e, que dali, já se ouvia o zum zum zum e a gritaria das pessoas tomando banho na grande piscina, que ficava no meio de uma mata virgem. No local, vários grupos de pessoas se aglomeravam na grama, acredito que eram famílias ou amigos como nós, que aproveitavam a ocasião para usufruir daquele magnífico visual e conversar "miolo de pote" e de tomar banho de piscina. Quando a turma entrava na piscina, era aquele barulho infernal de mãos e pernas batendo e se debatendo na água, como também de gritos e risadas que a turma empolgada soltava. Quem não gostava, muitas vezes, era o o velho Fragoso.
De olho na hora para devolvermos as bicicletas, ficávamos até os últimos minutos e quando percebíamos que já estava na hora de voltar a tempo de devolvermos as bicicletas, sem ter que pagar nada a mais, pelo aluguel, então saíamos feito um bando de loucos, pegávamos as bicicletas e voltávamos voando para a esquina de Dona Amélia. Lá chegando, fazíamos uma rápida revisão para ver se tudo estava em ordem com as "magrelas", e se alguma coisa estava diferente. Qualquer peça quebrada ou danificada, tínhamos que pagar. Se acontecia, de alguma sair errada, então combinávamos para que todos afirmássemos que o problema já existia desde quando alugamos as bicicletas. Afinal de contas, eram bicicletas velhas e muito rodadas. Então íamos todos juntos, devolver as ditas cujas. Como era bom! Íamos para vários lugares, mas o melhor era realmente o Banho do Fragoso e a zona que se fazia.
Escrevi essas mal traçadas linhas, mas confesso para todos que fui buscar essas informações no fundo do baú da minha memória. Posso até ter errado na descrição desse inesquecível banho, mas com certeza existiu e tomamos muito banho por lá.

Nicolau Cavalcanti em 12/11/2012

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