domingo, 18 de novembro de 2012

O dia que desligaram a minha tomada! Faltou energia no meu cérebro. Não gravei nada!!!


Estava eu e minha esposa Fatima pela segunda vez em Salvador, no Hospital Sarah Kubitschek, onde fui chamado para me submeter ao tratamento das sequelas deixadas pelo AVC, do qual fui vítima. Isso aconteceu depois de ter esperado aproximadamente 10 meses, após ter sofrido o derrame.
O tratamento vinha se desenvolvendo de forma normal e a previsão era para ficar internado no mínimo por 30 dias. Próximo de completar os 30 dias internado, fiz vários exames para checar se as minhas taxas estavam dentro das faixas toleráveis. Vinha fazendo um regime rigoroso mas os exames eram necessários para que pudesse receber alta. Em exames realizados antes mesmo de ter o AVC, o exame de PSA, que mostra alterações na próstata, já vinha dando resultados acima do valor considerado normal. Nesse último exame realizado o PSA mantinha um pequena alteração para mais com relação aos meus últimos exames. Com isso a equipe médica que me acompanhava, resolveu prolongar por mais 30 dias o meu tratamento voltado para as sequelas do AVC e durante esse período, passaria a tomar um antibiótico para próstata para ver se essa alteração no valor do PSA, era em função de alguma inflamação.
Durante esse período passei exatamente como escrevi anteriormente fazendo fisioterapia e o tratamento com antibiótico para próstata. Faltando uma semana para receber alta, tudo estava muito bem. Vinha a cada dia, melhorando bastante das limitações causadas pelas sequelas deixadas pelo AVC. Pra falar a verdade, estava até começando a sentir saudades de tudo dali. Da equipe médica, da turma de enfermeiras, dos amigos que ali fizemos e de todos demais funcionários do hospital. Éramos tratados como Reis e Rainhas! Todos que ali se encontravam internados.
Num certo dia, normal como todos os outros, me acordei muito bem, disposto e fiz todas as tarefas do dia, numa boa. À noite, tomei o meu café, como de costume no horário de sempre, joguei dominó com a turma da nossa enfermaria e depois, eu e Fatima ficamos acordados, assistimos o Jornal Nacional e depois a novela e logo após fomos dormir. Ela dormia em um alojamento para acompanhantes, próximo a enfermaria onde eu ficava. Me ajeitei na cama, rezei pedindo à Deus para cuidar e proteger toda nossa família e fiquei deitado esperando o sono chegar.
Bem! Me apaguei e para meu espanto, fui acordado por uma das enfermeiras, acredito a que estava de plantão à noite, olhando para me e perguntando: "tudo bem com o Senhor, Seu Nicolau?" Eu, ainda um pouco sonolento, disse que sim mas sem saber onde estava. Fiquei assustado e não conseguia saber nem onde estava, nem o que tinha acontecido comigo. Olhei para o lado da cama e tinham alguns equipamentos de monitoramento ligados ao meu corpo. A enfermeira olhando para mim, mais uma vez perguntou: sabe quem eu sou? E Eu abanei a cabeça negativamente. Então ela me disse, eu sou a enfermeira fulana de tal! Eu continuava sem entender. Então ela me falou: "vem aí uma pessoa que você gosta muito!" Então apareceu uma pessoa, mais precisamente uma mulher e a enfermeira perguntou: "sabe quem essa aí?" Eu disse que não sabia. Ela então riu e me disse: "não está reconhecendo sua esposa Fatima! Seu Nicolau?" A Fatima se aproximou de mim e disse: "sou eu Nicolau!"
A enfermeira então disse: Nicolau! Você teve uma convulsão que durou aproximadamente 5 minutos, às duas e meia na manhã dessa madrugada. Você foi então transferido para a enfermaria 3, onde colocamos esses equipamentos para monitorar a pressão e a sua freqüência cardíaca. Enquanto ela falava Eu ia tomando pé das coisas e a minha memória estava voltando ao normal. A enfermeira me tranquilizando, disse que essa perda momentânea de memória, após uma convulsão era normal e que estava tudo bem comigo. Até brincou, perguntando se o que tenho entre as pernas é de ouro! Eu então disse que não tinha entendido. Então ela explicou: "quando você teve a convulsão você mijou na cama e nós enfermeiras tivemos que fazer a higiene no seu corpo e você não queria deixar! Claro que você não mijou e nem queria deixar a gente fazer a higiene no seu corpo, porque quis! Eram movimentos e reações sem nenhum controle da sua mente."
Enquanto ela continuava contando tudo que havia acontecido naquela noite, comecei a recuperar aos poucos a memória. Consegui reconhecer minha esposa, a enfermaria 3 e também a enfermeira que estava de plantão e que tinha me socorrido. Ela continuou contando como tudo aconteceu. Perguntei então como ela soube que eu tinha sofrido a convulsão. Ela então explicou que estava tudo correndo bem no seu plantão quando o alerta disparou informando que algum paciente na enfermaria 2 estava precisando de ajuda. Ao chegar na na enfermaria 2, a luz da cama do nosso amigo João estava acesa. Antes que ela chegasse na cama do João, ele já foi falando com um ar de preocupação: "o Nicolau está tendo alguma coisa!". Quando cheguei na sua cama, você estava se debatendo e já, todo mijado. Ela disse então que pelo meu quadro, que eu estava tendo uma convulsão. Me colocou imediatamente numa posição mais confortável e aguardou que convulsão passasse para proceder todas as providências. A convulsão passou e aí então ela já tinha acionado o médico de plantão e mais colegas para auxilia-lá. Depois que a convulsão passou ela disse que me chamou por várias vezes mas que eu falava coisa por coisa, embora tudo estava bem comigo. Me lembro que vagamente ouvia vozes, mas não sabia identificar de que era e de onde vinha.
Fui muito bem acompanhado durante a última semana que fiquei internado e passei a tomar diariamente um remédio que a princípio, evitaria que eu tivesse mais convulsões. tomo até hoje um remédio similar.
Enfim, terminou o meu tratamento e, voltei para Maceió, pedindo a Deus que me livrasse de ter mais convulsões.

Nicolau Cavalcanti em 18/11/2012 

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