sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Casa da Música Nordestina: "O forró levantava a poeira e ninguém ficava parado!!!"

A Casa da Música Nordestina, funcionava na esquina da Avenida Siqueira Campos com a Rua Cabo Reis, bem ao lado do Estádio Rei Pelé, no Bairro do Trapiche da Barra, no mesmo local onde antes funcionava a famosa "Adega do Trapiche", um restaurante muito famoso onde só frequentavam pessoas da elite alagoana, nos anos 70. Esse restaurante ficou mais famoso e muito mais conhecido, depois do assassinato de uma pessoa muito influente na época, em Alagoas.
O local foi totalmente reformado e se transformou na "Casa da Música Nordestina". Na casa do forró de Maceió! Nas sextas-feiras e nos sábados era palco de grandes apresentações de cantores e conjuntos de forró conhecidos no estado, no nordeste e até mesmo a nível nacional. O local ficava entupido de gente que ia para lá dançar o autêntico "forró pé de serra". Não dava nem pra se mexer. As mesas ficavam todas tomadas de forrozeiros. E um detalhe! Muito mais  forrozeiras que bebiam, fumavam e dançavam a noite inteira. Um cheiro forte de cigarro e álcool, tomava conta de todo o ambiente. O cabra que entrasse ali solteiro e não saísse de lá de braços com uma bela de uma forrozeiras! Sei não, viu?
No início, a Casa era bastante frequentada por todo tipo de pessoas. Desde as mais humildes até mais ricas da época. Pagou ingresso, estava dentro. Era a atração do dia se apresentando e, os casais "abufelados" dançando. Não passava nem vento entre os dois. Tinha casal que tinha até dificuldade de se soltar quando o forró parava, de tão "agarrados" que estavam. O "dancing" ficava tão lotado, que muita vezes se dançava em bloco. Era um por todos e todos por um. Muitos casais preferiam dançar ao lado das mesas onde estavam. Os garçons sofriam para atender as mesas de seus clientes. Andar com uma bandeja cheia de copos, tira-gostos, bebidas e refrigerantes no meio de toda aquela gente, era um trabalho digno dos maiores malabaristas do mundo. Os WC"s ficavam lotados, principalmente o feminino. O masculino era uma sujeira só. A turma não se apertava, mijava em qualquer lugar, com tanto que tirasse a "água do joelho". Era muito bom! Saia de lá e ainda dava tempo de tomar a saideira e comer aquela Macarronada à bolonhesa na "Macarronada Alvorada" do nosso amigo Basto. Chegava em casa o sol já estava dando bom dia para aquelas pessoas que realmente mereciam. Não me lembro por quanto tempo a "Casa da Música Nordestina", funcionou. Mas que deixou muitas saudades, deixou!

Nicolau Cavalcanti em 02/11/2012

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