sábado, 28 de julho de 2012

Bar das Ostras: " a camarãozada era uma maravilha! Quem comeu, comeu! Quem não comeu, não come mais!!!"

Funcionava no seu início, no bairro do Vergel do Lago e o acesso era feito entrando na Rua Balbino Lopes, ao lado do Colégio Rui Palmeira e seguindo em frente, chegávamos à beira da lagoa Mundaú, onde em um dos imóveis funcionava o Bar. Na frente do Bar, tínhamos um belíssimo visual da lagoa sem a poluição de hoje, pescadores com suas canoas arremessando as suas tarrafas. Vários currais(espécie de armadilha para pegar peixes) montados pelos pescadores. O sururu retirado da Lagoa, é uma excelente iguaria e também era servido no Bar. Completando a linda paisagem, via-se ao fundo a parte alta de Maceió. Era realmente uma paisagem maravilhosa.
Depois de muito tempo funcionando nesse local, o Bar se mudou para a Rua Teonilo Gama no bairro do Trapiche da Barra. Mas sem aquele maravilhoso visual e sem aquele ambiente aconchegante, na minha opinião, perdeu muito a sua originalidade dos velhos e bons tempos de antigamente. Mas a camarãozada não perdeu a sua fama nem o seu sabor. Raramente íamos lá! Além de distante, às margens da Lagoa Mundaú, o preço sempre foi salgado, pra nós que na época éramos estudantes. Mas, pelo menos uma vez no ano tomávamos uma cervejinha por lá e degustávamos além dos vários e deliciosos tira-gostos, não podia faltar aquela famosa e deliciosa camarãozada, pra fechar com chave de ouro, a nossa brincadeira.
A peixada também era excelente. Aliás, todos os pratos ali servidos, eram apreciados não só por nós nativos, mas principalmente pelos turistas que nos visitavam e tinham o privilégio de conhecer o Local. Era realmente um Bar de referência em se tratando de pratos preparados à base de frutos do mar, principalmente pela sua camarãozada, cuja receita era guardada em segredo pela família.
O Bar ficou imortalizado pela canção "Maceió", escrita e cantada pelo Rei do baião, Luiz Gonzaga: “As noitadas felizes nas ostras...”. Era um verdadeiro cartão postal da culinária alagoana. Era um local simples, mas ao mesmo tempo um ambiente muito aconchegante. O Bar acabou no ano de 2002, quando a sua dona faleceu e a família se mudou para outro estado.
A Sococo, Industria alagoana de beneficiamento do côco, ao completar 45 anos, em 2011, adquiriu os diretos sobre a receita do "Camarão do Bar das Ostras" junto a Família e doou ao Estado de Alagoas, com o propósito de solicitar o seu tombamento como Bem Imaterial, status do Patrimônio Histórico e Cultural recentemente criado a nível nacional e também em várias unidades da Federação. Em 22 de julho de 2011, quando a Sococo completou 45 anos, protocolou o pedido de tombamento do Camarão do Bar das Ostras como Patrimônio Imaterial de Alagoas.

Nicolau Cavalcanti em 28/07/2012

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