sexta-feira, 13 de julho de 2012

Bar e Sorveteria PIF-PAF! "Aurelina! uma Cerveja!!!"

Funcionava na esquina da Avenida Siqueira Campos com a Travessa Calabar, Ao lado do Cemitério N. S. da Piedade, no bairro do Prado, em Maceió. Foi por muitos anos um dos pontos de encontro da nossa "Patota" e das pessoas que moravam na redondeza. Era conhecido por ter a cerveja sempre bem geladinha. daquelas que quando retirada do congelador ficava toda branquinha. A famosa "véu de noiva", como era chamada na época. Tinha a Brahma e a Antática e, podiam ser tomadas acompanhadas de tira-gostos variados e bem baratinhos, dentre eles: o rim de boi guisado, o camarão barba roxa cozinhado na água e sal, sempre acompanhado de uma bandinha de limão, para temperar e era o mais solicitado. O fígado acebolado e, vários outros pratos, todos deliciosos. Não tinha como resistir a essa dupla maravilhosa!
A turma era muito legal e barulhenta. Discutia-se de tudo: mulheres, futebol, etc... Várias vezes, quando saía da faculdade ia tomar uma cerveja com os colegas de turma que gostavam muito do Bar.
O local era estratégico! Todas as "cocotas" que moravam no bairro do Prado e adjacências, quando voltavam da Praia do Sobral e da Praia da Avenida, tinham de passar praticamente em frente ao bar. Aí era hora de apreciar o “material” e arriscar uma boa paquerada. “Era uma brasa mora!", como dizia o Rei Roberto Carlos!
A frase mais repetida no bar e, que ficou famosa e gravada para sempre na memória daqueles que ali freqüentavam, foi, com certeza: "Aurelina! uma cerveja!". Aurelina era uma das garçonetes do bar. Era uma pessoa muito extrovertida e muito legal. Uma morena "parruda", mas infelizmente comprometida! O seu namorado, um cabra dobrado que nem "parede de igreja", só vivia no bar com um olho na turma e outro na Aurelina. Era muito ciumento! Mas, apesar de tudo, convivíamos muito bem com ele! Tinha também a Severina, era uma criatura bem diferente da Aurelina. Raramente ouvíamos sua voz. Mas, era também uma criatura maravilhosa, assim como a Aurelina. Todos nós que freqüentávamos o bar tínhamos o maior respeito pelas duas. Brincávamos mas, sempre dentro do limite. As duas moravam com os donos do Bar, uma família muito conhecida e respeitada na redondeza, na mesma casa onde também funcionava o Bar.
Ali, além do bom papo, e das brincadeiras entre todos da turma, jogava-se também a famosa “porrinha”, para passar o tempo, e ficar mais divertida a nosa reunião. Éramos viciados! Apostava-se cervejas e tira-gostos e nessa brincadeira sempre tinha no final da brincadeira, um "Cristo", um "pagão" ou um “besta” que, na realidade, era aquele que pagava mais ou, até por vezes, pagava toda a conta! O pior de tudo era a danada da "saideira", que muitas vezes tinha a "ideira", a "saideira" e, nessa brincadeira tíamos de acabar a brincadeira, pois devido ao adiantado da hora, a venda de cerveja era suspensa.
Ali, era sempre de praxe, para matar a ressaca da noite anterior, antes de ir à praia, tomar o famoso refresco de maracujá, feito da fruta fresca e mantido bem geladinho, naquelas máquinas antigas de refrigeração, daquelas que também se faziam sorvetes e picolés. O delicioso refresco era servido em copos americanos de dois tamanhos e, podia ser servido acompanhado de pastel de carne, pão doce e sanduíches variados. Era uma maravilha! O refresco era tão gelado! Mais tão gelado! Que doía a garganta! Tinha também, picolé de vários sabores: côco e maracujá preparados com a verdadeira polpa da fruta, picolé de maçã e de maçã e côco. Esse último tinha duas cores: vermelha, da essência da maçã e a branca pela polpa do côco. Todos fabricados lá no Bar e vendidos enrolados em papel manteiga. Lá, além de tudo isso, tinha também o famoso "prego", que deixava o nosso amigo e o filho do dono do bar, doidinho, todo final de mês, atrás dos maus pagadores que estavam sempre na famosa "lista negra". Meu nome sempre constava dessa lista, mas, apesar do sufoco, sempre pagávamos. Aliás, eram poucos aqueles que não faziam parte da lista.
Passamos realmente bons momentos e fizemos muitos amigos naquele ambiente. Por algum motivo que não me recordo, o Bar fechou suas portas, deixando todos nós com muitas saudades e, ainda hoje, em todas as reuniões da turma, o local sempre é lembrado. Na realidade sempre que passamos pelo local, lembramos dos bons momentos vividos com toda a turma. Hoje no local funciona uma farmácia.

Nicolau Cavalcanti em 11/07/2012

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