domingo, 1 de julho de 2012

O Encontro que acabou literalmente em merda!!!

Nessa história real, passada no final dos anos 80 em nosso apartamento, uso em certos parágrafos, a palavra "merda" para descrever determinadas situações. Sei que muitas pessoas assim como eu, não gostam nem de ouvi-la quanto mais de ler uma história cuja "essência" gira em torno dela. Tentei ser o mais realista possível, por isso para aqueles que não gostam, minhas desculpas. Mudei os nomes dos personagens principais para não causar qualquer tipo de constrangimento.
Meu amigo Zezinho, é daqueles amigos que eu não poderia jamais negar qualquer pedido. Seja ele o mais simples ou até aqueles mais difíceis, desde que estejam, é claro, ao meu alcance. Somos amigos de infância e construímos uma grande e sólida amizade. Temos até hoje, uma coisa em comum: Somos fãs incondicional dos Beatles. Sempre curtimos suas músicas. Até hoje, quando ele aparece em minha casa, aproveitamos o momento para relembrarmos os velhos e bons tempo e, ouvir suas baladas, tomando uma "loirinha suada". Quando éramos solteiros, fizemos muito esse "sacrifício"!
Certo dia, minha esposa Fatima, me ligou muito eufórica dizendo que tinha uma grande surpresa, mas só me contaria quando chegássemos em casa. Fiquei muito curioso e ao mesmo tempo ansioso e não via a hora de chegarmos em casa, para saber dessa novidade.
No carro, na volta para casa, eu insistindo muito para que ela me contasse, adiantou parte da surpresa: O Zezinho, seu grande amigo, tem um irmão e ele trabalha aqui na TELASA, empresa que, aliás, também trabalhávamos. Eu fiquei muito surpreso com a notícia e perguntei como ela tinha descoberto esse irmão do nosso amigo Zezinho, tão perto de nós que nem imaginávamos nessa incrível coincidência. Ela contou que tinha solicitado a área responsável pela informática da empresa, alguém para resolver um pequeno problema, aí o dito cujo foi designado. Ela contou que ele se parecia tanto com o Zezinho, que resolveu perguntar o seu nome. Ele então disse que se chamava Manoel Brasileiro. Meu amigo, por coincidência, se chamava José Brasileiro. Vendo a coincidência dos sobrenomes, perguntou se ele conhecia alguém com o nome de José Brasileiro. Foi aí que ele revelou que já tinha ouvido falar que tinha um irmão por parte de pai, com esse nome mas não o conhecia.
Essa história estava me deixando pasmo! Como é que isso foi acabar acontecendo exatamente com a gente! A Fatima então explicou que conhecia o seu irmão e que nós tínhamos uma grande amizade com ele e a sua família. O Manoel Brasileiro, claro que ficou também muito surpreso com toda essa história e a Fatima sugeriu um encontro deles lá em casa para os dois se conhecerem. Iríamos falar com o Zezinho, caso positivo marcaríamos um final de semana para consolidar esse encontro com os irmãos e aproveitando a ocasião faríamos um comes e bebes em homenagem aos dois.
Logo que chegamos em casa, ligamos para o Zezinho. Estávamos tão ansiosos que não queríamos deixar para depois para dar essa boa notícia. Ao saber da novidade, ele também ficou muito curioso e bastante ansioso para conhecer seu irmão que, assim como o Manoel, contou a mesma história. Tinha ouvido falar de um irmão, por parte de pai, mas que também não o conhecia. A ansiedade era tamanha que combinamos o encontro para sábado à noite, da mesma semana. Tudo certo! Agora era só iniciar os preparativos para o grande encontro. Nesse ponto, teríamos muito tempo para organizar o evento, já que estávamos no início da semana.
Enfim, o sábado à noite chegou! Eu também ainda não conhecia o irmão do Zezinho, mas a Fatima garantiu que não tinham diferença. Marcamos o inicio do encontro para vinte horas, para que os irmãos tivessem bastante tempo para se conhecerem e se curtirem. Graças a Deus, não foi preciso esperar muito. Creio que era tamanha a curiosidade que os dois chegaram praticamente ao mesmo tempo e muito emocionados todos se cumprimentaram, se abraçaram e todos nós ficamos perplexos com a semelhança do dois. Fizeram as apresentações formais e eu aproveitando esse momento de descontração, convidei a todos para subirem até o nosso apartamento. Meu amigo Zezinho, como sempre chegou acompanhado pela sua esposa Aparecida e o Manoel com a sua esposa Graça, todos gente finíssimas. Começamos a nossa farra com um brinde a felicidade de todos e principalmente da mais nova recém formada dupla de irmãos. Conversa vai, cerveja e uísque vem, tira-gosto variados e tudo isso, tendo como fundo musical uma trilha sonora com as músicas dos Beatles que completavam e deixavam o ambiente próprio para grande emoções.
As declarações de um para o outro ficavam cada vem mais fortes! Se abraçavam, trocavam frases de carinhos, com todo respeito é lógico, meu compadre é muito macho e seu irmão pelo seu sobrenome de Brasileiro não poderia ficar trás. O Zezinho a todo instante, me cumprimentava apertando com veemência as minhas mãos, como se eu fosse o responsável por ter provocado todo aquele momento de rara felicidade. Eu insistia que a grande mentora daquilo tudo tinha sido a Fatima. Eu e Fatima estávamos bastante satisfeitos e emocionados de participar daquele momento tão bonito e único na vida dos dois. Suas esposas Cida e Graça não tinham palavras para descreverem o que estavam presenciando.
As horas se passavam e os dois, entusiasmados com aquele raro momento de felicidade bebiam tudo como se tivessem bebendo água. O Manoel Brasileiro, já não se equilibrava mais de pé e já falava totalmente enrolado. Aliás, todos nós estávamos no ponto! O Manoel, já tinha bebido além da conta. Além do mais, notamos que ele começava a suar frio e ficar muito pálido. Aconselhamos então a sua esposa Graça e seu irmão Zezinho que chamasse ele para tomar uma chuveirada, para ver se ele melhorava um pouco e teria condições de voltar para casa tranquilo. Ele prontamente aceitou e os dois levaram ele até o banheiro deixando-o apenas de cueca. Colocaram ele debaixo do chuveiro e saíram. O banho estava demorando muito e começamos desconfiar que algo de errado estava acontecendo. Começamos então a sentir um mal cheiro desgraçado! Eu como tenho o nariz apurado para certos odores, me levantei e fui até a porta do banheiro para ver o que estava acontecendo. Quando olhei para dentro do box que se encontrava aberto, tomei um baita de um susto!
O que ví me deixou repugnado! O Manoel tomando banho tranquilamente com a cueca estufando de fezes e parte já tinha escorrido por uma de suas pernas e caído no piso do box. Na realidade, a palavra certa era merda! Isso mesmo! Merda pura! A sua cueca branca, estava praticamente marrom da cor de merda! Puta merda! Saí correndo, quase vomitando, pois tenho simplesmente nojo de merda. Mais nojo mesmo! Ou melhor, horror! pedi então que a sua esposa Graça e seu irmão Zezinho fossem urgente ver aquela cena bizarra e fazer a limpeza do Manoel e do piso do box do banheiro, que nessa altura já estava totalmente tomado de merda, já que o nosso amigo tinha tentado tirar a cueca.
O apartamento estava totalmente infestado de um cheiro horrível e muito forte de merda! Procurei um lugar para ficar e não achei. Pensei comigo mesmo: "Estou pagando todos os meus pecados". A coitada da esposa do Manoel, não sabia o que fazer nem o que dizer. Estava realmente passada com o que estava presenciando. O Zezinho, Meu Deus! Com o susto que tinha tomado, ficou totalmente refeito da cachaça. Só abria a boca para me pedir desculpas. A Fatima, lamentando muito o ocorrido, apenas se colocou à disposição para o que a Graça precisasse, já que,infelizmente, não podia fazer nada. A Cida esposa do Zezinho era outra que só fazia repetir: "Coitado do meu cunhado! Nem nos conhecemos direito e já fez esse papelão com o Niel e a Fatima".
Enquanto isso, no banheiro a esposa do Manoel, suava para deixar seu marido "cagão", o box e o banheiro limpos. O mal cheiro continuava tomando conta de todo o apartamento. Era merda pura em todas as dependências. Abrimos todas as janelas e portas para que ar circulasse melhor levando pra bem longe aquele maldito mal cheiro, que estava entranhado no ar e em tudo que havia no apartamento. Estávamos respirando merda! Usamos água sanitária, desinfetante, sabão em pó, detergente e tudo que tínhamos, para lavar o banheiro e o box, tentando amenizar o mal cheiro. Só não usamos criolina porque não tínhamos, no momento. Graças a Deus, já passavam das três horas da manhã e, todos os vizinhos estavam dormindo, se não a repercussão teria sido bem maior.
Eu não conseguia nem beber nem muito menos pensar em comer nada. Continuava muito repugnado e o cheiro de merda não saía do meu nariz. Por outro lado o nosso amigo Manoel tinha terminado o banho e todo sem jeito, sentou em uma cadeira na sala, todo esparramado, procurando um buraco de formiga ou algo parecido, para se esconder. Pense numa criatura se graça! Ainda estava muito abatido, pálido e reclamava de mal estar e uma forte dor de cabeça. Não era pra menos! A mistura e a grande quantidade de bebidas que tínhamos ingerido, principalmente os dois recém apresentados irmãos, tinha que dar nisso, principalmente o Manoel que não estava acostumado a beber naquela quantidade.
A festa acabou porém o mal cheiro de merda continuou, durante toda a noite. Meu nariz, bastava me lembrar do encontro, sofria com um cheiro de merda no ar! Penei muito por um bom tempo! No outro dia, o mal cheiro misturado com as diversos tipos de desinfetantes que usamos, deixou o ar ainda mais pesado. Entrar no banheiro para tomar um banho ou fazer qualquer necessidade fisiológica, era para mim um verdadeiro pesadelo. Mas nada que o tempo não apague. Algumas semanas depois, quando a poeira tinha baixado eu já nem
lembrava do que passamos naquela noite. Apenas quando encontrávamos amigos impulsivamente, contávamos essa história. Não sei se era apenas para nos livrarmos de uma vez por todas, desse bizarro acontecimento ou simplesmente para darmos boas risadas juntos.

Nicolau Cavalcanti em 01/07/2012

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